segunda-feira, 15 de abril de 2013

Foge-me Tudo


Foge-me tudo.
Parece-me que só fica o medo.
Vai-me tudo embora
como em um comboio
resta-me a rabeira.
Sou de ninguém,
caminho eu mesmo
atrás do que se vai...
Some-me tudo
e meus olhos se embaçam.
Esfrego-os com os meus dedos.
Vai-me tudo que enxergo,
vai-me o que vejo.
Parece-me que só fica segredo.
Vai de mim tudo correndo
como um cavalo em raia de jóquei.
Mas restam-me os seus olhos.
O quanto deles me disseram
a sua verdade.

Carol Jessen

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