segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pretensões


Quero somente sentar-me num banco de praça
para ler meu jornal. Quero também uma fatia de sol.
Quero com meus olhos cansados procurar o passarinho que canta,
enxergar o magnânime recado de Deus.
Quero a paz. Mas não uma qualquer, dessas fingidas.
Busco as preferidas das manhãs ensolaradas
quando o silêncio da madrugada despede-se
nos cantos dos pássaros.
Que a noite tenha sido das batucadas,
que depois não tenha havido mais nada se não
algazarras. Bêbados gritando e suas risadas.
Quero ao sentar-me ouvir barulho de vento,
de uma brisa mansa que descobre o lençol do encanto
de um dia nascendo.
Quero ler enquanto calado, após um café tomado,
um café preto amargo, pra respostas rápidas.


Didier Lourenço



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